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Mostrando postagens de julho, 2017

A Adaptação_P.2

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Os primeiros vinte dias em nossa casa foram intensos. Parei tudo o que fazia para também me adaptar a ele. Da mesma forma que uma mãe biológica tem sua licença maternidade.   Logo nos primeiros dias, eu mal dormia. Tantas mudanças para nós também. Nunca, em 27 anos de casada, dormimos com a porta de nosso quarto aberta, esteve sempre trancada. Desde então, a porta fica entreaberta, a luz acesa no corredor e meus olhos e ouvidos atentos para qualquer resmungo, pesadelo ou mesmo um bocejo. No abrigo ele dormia sozinho, estava acostumado a ser colocado em um berço e a porta ser fechada. Ponto. No entanto, em casa, isso mudou. Para ter a segurança de que este é seu novo quarto - seu lar - percebemos que isso levaria um tempo e o respeitamos. Fomos conhecendo cada alteração de sua respiração ao dormir.   E presenciar sua alegria ao nos ver pelas manhãs... Imagine a nossa! Observações como o tempo de sono, os intervalos para refeições e lanches, como também, entender o seu rit

A Adaptação_P.1

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O dia de levá-lo para casa chegou!   Dia de suprema alegria!   Mesmo ainda sendo chamada de tia! Houve uma linda e comovente festa de despedida do abrigo, pela manhã, com as pessoas com quem ele conviveu.   Consideramos não confundí-lo com tantas informações, festas ou comemorações, logo de início, pois, tudo era novo para ele. E, assim, decidimos não fazer festa de chegada em nossa casa. Ele nunca havia entrado em um carro, nunca viu um cavalo e tantos outros animais (apenas em desenhos animados na TV), jamais tinha visto o mar,…Só saiu do abrigo em dias de vacinação ou quando foi ao hospital com uma forte gripe com 1 aninho (consta em seu histórico de saúde). Ou seja, muitas novidades a vista. Jamais esqueceremos, quando, pela primeira vez, entrou em nosso carro. Com um olhar tímido e ao mesmo tempo desbravador.   O caminho do abrigo até em casa foi de muito bate-papo. Tudo o que via, perguntava: sobre o trem na Marginal Pinheiros, a grande quantidade de carros, os p

Enfim, A Despedida!

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Após 20 dias indo ao abrigo sem saber se teríamos a guarda provisória, começamos a ficar angustiados. Era como se ganhássemos um doce e no final do dia nos tiravam…Estávamos começando a ficar impacientes. Pedro chorava a cada partida nossa. E a volta para casa, era um dissabor. No nosso caso, por se tratar de uma adoção tardia (acima de 3 anos), o juiz não nos autorizou a liberação para passearmos com ele. Ou seja, ele sairia direto do abrigo para a nossa casa, sem antes poder apresentar um pouco de nossas vidas a ele. Haja criatividade para tantas brincadeiras sem sair do lugar. Mesmo assim, decidimos preparar o quarto. Pintamos de azul, a cor preferida de Pedro. Tínhamos a noite para organizar o novo ninho. A cada alteração feita, fotografava e no dia seguinte mostrava ao Pedro o seu novo lar.   Precisávamos de um laudo da assistente social que nos acompanhava, mas como ela estava com problemas de saúde - não sendo possível fazê-lo naquele momento -, assim, o juiz nã

As Idas ao Abrigo

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A cada visita, a cada dia, mais nos entrosávamos. Aliás, o aniversário dele e de seu amiguinho - que nasceu no mesmo dia e ano que Pedro, e viviam na mesma casa -, foi comemorado três dias após a gente se conhecer. Que sorte poder comemorar os 3 anos dele!  Levamos bolo, bexigas e docinhos. As cuidadoras sociais prepararam uma linda festa, com o tema escolhido por Pedro: Patati Patatá. Ficamos tão contentes em poder participar! Ao rever as fotos deste dia já estávamos agarrados e reluzentes com o nosso encontro! T odos os dias íamos a quadra para jogar bola com intervalos para brincar no parquinho. Houve, também, momentos de soltar pipas (levávamos o material e assim todos participavam da produção), de assoprar muitas bolhinhas de sabão, mas, o que ele mais vibrou foi quando chegamos com um balão prateado com a letra P (presente de uma querida amiga). A alegria em saber que esta é a inicial do nome dele foi contagiante! E ver o balão subindo por detrás de altas árvores,