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Mostrando postagens de 2018

Intenções

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Há emoções que controlamos ou não. Aquela lágrima que escorre, aquele arrepio na pele, um soluço interno, um sentimento reprimido, um choro interrompido, uma sensação que não se quer expor. Não importa se racional ou emocional, todos sentimos. Li um relato de um filho por adoção (hoje, um adulto), o qual me chamou a atenção, que ele ainda criança estava a brincar com seus primos e ao aprontarem alguma “arte”, a avó surgiu, repreendendo a todos, menos a ele.   Ficou triste por não ter tido o mesmo tratamento que seus primos. E naquela ocasião, não se sentiu parte da família.   Me fez pensar nas palavras e gestos manifestados com uma intenção amorosa e, também, envoltos em preconceitos ocultos. Muitas vezes tão enraizado, que passa despercebido. Quando estive em tratamentos para engravidar e ao não obter sucesso, ouvi que poderia “fazer” de outra forma - quando eu suscitei a opção pela adoção -, como gerar um filho em uma barriga de aluguel. Não sou con

Melhor

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Quando eu estava na fila da adoção, ao ver uma criança - na rua ou mesmo ao folhear uma revista - tentava imaginar como seria o(a) meu/minha filho(a).   E diante do perfil escolhido, em um leque tão aberto, eu deixava minha mente operar da forma e cor que tencionasse.   Sabia que, na verdade, a constituição física não importava.   Elaborava como me comportaria como mãe, como se daria a educação e a nossa aproximação.   Hoje, há 2 anos e 7 meses sendo mãe, o que idealizei durante a espera foi bom para compor meu instinto maternal. A segurança passa a ser a base para o fortalecimento do amor, do vínculo e da construção de uma família. O respeito acontece quando os meus sonhos não se sobrepõem aos dele.   Não adoto o lema “Você tem que ser mais que eu”, prefiro dizer “Faça o seu melhor”.   Acredito que dessa forma não implico uma certa competição - quase desumana para uma criança/adolescente já imaginando que terá que colher mais frutos que seus pais

A Alçar Voo

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Pedro alçando voo na capa da edição de Setembro da revista Pais & Filhos. Com alegria e muita honra, partilhamos nossa história do 💚! Muito grata a todos desta equipe tão especial que nos retrataram com muito esmero! 💕 https://www.facebook.com/eaicheguei/

Realizar

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A cada momento fazemos escolhas nos arriscando ao permitir que a nossa intuição esteja no caminho correto e, seja lá qual for, necessitamos eleger.   Precisamos estar com os corações abertos, quando, por exemplo, ele dispara ao encontrar um grande amor… As pernas tremem, a boca seca, as mãos transpiram em um suor frio que não conseguimos conter. E a pessoa desejada não sai um minuto sequer do pensamento. Este ser, eleito, passamos a amar e ao nosso corpo e mente a primar. Se realiza sem correspondência com a nossa herança genética.   Nem mesmo percebemos que estamos a adotar. Adotamos o(a) nosso(a) companheiro(a)/marido/esposa que fará parte de nossas vidas. É diante da construção deste vínculo afetivo que passamos a lidar com as nossas diferenças e só o amor suavizará os momentos imprevisíveis e de embaraços que permeiam o amadurecimento de um relacionamento amoroso. E não se difere do filho por adoção, onde não há a precedência de laços consanguíneos.   Esc

Que Alegria ver a nossa história contada na "Pais & Filhos"

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Que alegria participar do projeto Lá Em Casa é Assim!  E ainda mais feliz em ver a nossa história contada na “Pais & Filhos”... Pais&Filhos NAVEGUE POR TÓPICOS TV     COLUNISTAS     ENGRAVIDAR     GRAVIDEZ     RECÉM-NASCIDO     BEBÊS     CRIANÇAS     PAIS     FAMÍLIA     + PAIS&FILHOS     ESPECIAIS Adoção, aprendizado e amor: “Quando desejamos de verdade, não tem hora, sangue ou idade” RAQUEL E GUSTAVO ENCONTRARAM NA ADOÇÃO A REALIZAÇÃO DO SONHO DE SEREM PAIS. PEDRO CHEGOU PARA COMPLETAR A FAMÍLIA, DAR AMOR E SER AMADO. JENNIFER DETLINGER , FILHA DE LUCILA E PAULO 10.06.2018 COMPARTILHE  0      0      0       (Foto: Arquivo pessoal) A Raquel Gomes Badue, mãe de Pedro, participou do projeto  Lá em Casa é Assim  – parceria da Pais&Filhos com a Natura Mamãe e Bebê – e mandou pra gente a história de sua família e sua experiência com a maternidade. Após passarem três longos anos na fila de  adoção

A Verdade

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Poderia ter percorrido, nos momentos de quase desespero quando supus estar “esquecida” pela Vara da Infância e da Juventude - por não receber nenhuma ligação (após estar habilitada para adoção) -, outros caminhos…aqueles obscuros perante à lei.   Pois, pessoas queridas, vendo a minha busca pela realização de ser mãe, tratavam, de alguma forma, querer me ajudar apontando alternativas de burlar o sistema.   Recebi telefonemas com indicações de crianças que estavam para nascer onde suas mães não a desejavam ou não tinham condições de criá-la.   E isso mexeu demais comigo!   De fato, poderia ter feito assim: bastava pegar a estrada, apanhar o bebê recém-nascido, correr a um cartório e mentir! Falo dessa forma pois conheço pessoas que poderiam me ajudar…acho! Nunca tive a coragem de perguntar, mas, imaginava que poderiam me salvar. Sabia que se o fizesse, passaria o resto da minha vida em uma grande mentira: como poderia contar ao meu filho a sua chegada? Como faria par

Mães

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Para algumas, a bolsa estoura.   Para outras, o telefone toca. A avisar. Em cada uma, um jeito.   Para algumas, em até 40 semanas.   Para outras, meses e até anos.   A esperar. Em cada uma, um jeito. Para algumas, os olhares se cruzam no primeiro instante. Para outras, o instante se dá no primeiro olhar. A apreciar. Em cada uma, um jeito. Para algumas, ao encontrar   levam logo ao peito. Para outras, o encontro se dá por outros meios. A realizar. Em cada uma, um jeito.   Para algumas, a concepção.   Para outras, a adoção. Pode estar no ventre, na mente   No coração. Cada qual com a sua história.   E com todo respeito: Ser Mãe é Amar, não há outro jeito. Talvez, por isso, dizem que são todas iguais, só muda o endereço. A todas as mães, de todos os jeitos e lugares:                 Felizes Dias, Meses, Anos! Raquel G. Badue   https://www.facebook.com/eaicheguei

O Vínculo

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No primeiro ano com Pedro em nossas vidas, ele falava do abrigo* relembrando os amigos e sua tia social, com quem conviveu por 3 anos, relatando acontecimentos com espontaneidade e carinho.   Aproveitava-me de suas lembranças e perguntava a ele se desejaria fazer uma visita. A resposta era sempre a mesma e com o olhar acanhado, nos dizia: “Podemos ir, mas vou só se puder ficar no seu colo. Promete?”   Diante dessa resposta, notávamos que ele não estava preparado para ir, mesmo se sentindo saudoso.   O que passou a nos deixar sobressaltados, foi o que mostrávamos ou oferecíamos ao Pedro, ele atestava conhecer, como: “já estive aqui (e citava o nome de sua cuidadora social), ela me trouxe quando eu tinha 1 aninho”. Ou: “Já comi esse prato antes de vcs me conhecerem". Quando isso acontecia, perguntávamos se ele havia gostado daquele local ou daquela refeição, jamais reprovando suas fantasias. Dissemos a ele, em alguns casos - e sendo verdade -, que era n

Dentro de Mim

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Quando tivemos a certeza de que iríamos nos cadastrar para a adoção, passei a ter algumas inquietações diferentes daquelas anteriores quando me encontrava em tratamentos para engravidar. Pois antes, com tantos hormônios em meu corpo - e algumas vezes grávida -, meus pensamentos divagavam desde se se pareceria mais com o meu marido ou comigo, se teria uma boa saúde, se menino ou menina, até aos medos e temores da hora do parto (o qual prevalecia-se de cuidados, no meu caso). Após perdas e frustrações, tive a certeza que meu caminho era o de ser mãe por adoção. Não foi difícil pensar, pois veio como um sopro em meus ouvidos, como um raio em meu coração. Tinha a certeza de querer um filho mas as incertezas pertinentes à burocracia, ao tempo que levaria todo o processo, as entrevistas, em como me preparar para lidar com o emocional sabendo que a bagagem das crianças e jovens que vivem em abrigos vem recheadas de medos, angústias, rejeições e a ansiedade - desde muito pequenos - de q