O Encontro!
Neste momento, ainda ao telefone com a assistente social, caí aos prantos ao saber que se chama Pedro.
Pulei de alegria!
Pulei de alegria!
É como se tivesse acabado de nascer o seu filho, quando o médico entra na sala e diz: - É um menino! Logo mais, estará em seu colo!
Nem sei explicar, pois quase tive uma síncope!
Três dias após receber essa ligação e, conforme o combinado, fomos à Vara da Infância e da Juventude, para nos inteirar de todo o histórico de Pedro. Onde nasceu, a causa da entrega, sua saúde, se foi reconhecido pelo pai, se teve contato com a família e toda a situação de seus familiares. Porém, antes de ler todo aquele calhamaço, nos mostraram uma foto dele, um tanto granulada, que mal se via com exatidão as cores, traços e detalhes, mas, o semblante… sabia: é Ele!
A assistente, preocupada com a minha reação, logo me disse: - Raquel, essa é uma decisão importantíssima e que será levada para o resto de suas vidas. Caso não seja ele, há outras crianças para te apresentar e vocês não voltarão para o fim da fila.
Muito emocionada, respondi: - Eu sei que é ele!
Foi difícil contar com esse “restinho” de paciência até a ida ao abrigo. Aguardamos mais 5 dias para ir até lá. Eu, um pouco inconformada, pois não passaria ao lado dele no aniversário de 3 anos, que caiu em um domingo. Passei o dia vibrando por ele 💙
Enfim, lá fomos nós em uma terça-feira (20/01/16) ao abrigo. Aliás, maravilhoso, muito além do que idealizávamos.
Pedro teve muita sorte ao sair do hospital e ser levado diretamente para este lugar. Fundado por um educador austríaco, há mais de 60 anos e existente em 134 países. Sendo uma associação sem fins lucrativos, onde se preserva o aspecto do núcleo familiar e cada casa acolhe até 9 crianças, com ou sem irmãos biológicos, que ficam sob o cuidado de uma cuidadora social. Chama-se:
Aldeias Infantis SOS Brasil http://www.aldeiasinfantis.org.br/
Na unidade que Pedro residia, nos deixou felizes desde a chegada. É um lugar bonito, há parquinhos, gramados, muitas árvores, com casas bem cuidadas e, principalmente, a atenção das cuidadoras sociais que acolhem a todos que chegam.
Aldeias Infantis SOS Brasil http://www.aldeiasinfantis.org.br/
Na unidade que Pedro residia, nos deixou felizes desde a chegada. É um lugar bonito, há parquinhos, gramados, muitas árvores, com casas bem cuidadas e, principalmente, a atenção das cuidadoras sociais que acolhem a todos que chegam.
Quando entramos na casa que Pedro morava, a cuidadora social veio nos receber e chamou prontamente por ele. Apareceu um garotinho de cabeça quase raspada, com olhar triste, mas louco para brincar. E foi o que ele fez: nos convidou para conhecer o seu quarto. Havia um berço branco, uma estante modular preta com brinquedos e um guarda-roupa embutido que ele o abriu e retirou uma caixa de plástico verde com carros, aviões, trenzinhos, ... Pedro me mostrou um avião e um helicóptero, dizendo que os dois eram aviões. Logo expliquei a ele as diferenças entre os dois e Pedro adorou saber. Mas, o que não sabíamos era o talento com a bola! Pedro, rapidamente, se cansou de brincar no quarto e nos chamou para ir à quadra de esportes. E lá fomos nós com ele a nossa frente carregando uma bola de futebol. Passei a filmar logo que meu marido começou a jogar com o Pedro. E, Olé! Pedro marcou um gol fantástico. Tenho provas (segue vídeo neste post)!
Passamos a tarde juntos e quando tivemos que ir embora, saímos com o desejo de logo voltar. Parecia que o amanhã demoraria para chegar.
Claro que era tudo novo e tantas dúvidas brotaram: se ele iria gostar da gente, qual a minha capacidade maternal (não sei cozinhar, isso me assustava!), como seria a adaptação para todos nós e como nossas vidas mudariam, pois, eu estava prestes a fazer 45 anos e 27 anos de casada. Veja só…
Mas, a certeza que já o amava e a emoção em encontrá-lo, nada me abateria!
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