Dentro de Mim





Quando tivemos a certeza de que iríamos nos cadastrar para a adoção, passei a ter algumas inquietações diferentes daquelas anteriores quando me encontrava em tratamentos para engravidar. Pois antes, com tantos hormônios em meu corpo - e algumas vezes grávida -, meus pensamentos divagavam desde se se pareceria mais com o meu marido ou comigo, se teria uma boa saúde, se menino ou menina, até aos medos e temores da hora do parto (o qual prevalecia-se de cuidados, no meu caso).

Após perdas e frustrações, tive a certeza que meu caminho era o de ser mãe por adoção.

Não foi difícil pensar, pois veio como um sopro em meus ouvidos, como um raio em meu coração.

Tinha a certeza de querer um filho mas as incertezas pertinentes à burocracia, ao tempo que levaria todo o processo, as entrevistas, em como me preparar para lidar com o emocional sabendo que a bagagem das crianças e jovens que vivem em abrigos vem recheadas de medos, angústias, rejeições e a ansiedade - desde muito pequenos - de que alguém os leve dali para formar uma família.

Em 13 de fevereiro deste ano, fez 2 anos que Pedro está conosco!

Dois anos de transformação, de adaptação e tanta realização.

Recordei sobre essas inquietudes do passado e procurei identificar algumas correlações entre mãe biológica e mãe do coração, tais como: a mãe biológica não é questionada sobre sua sanidade mental ou mesmo seu equilíbrio emocional; não passa pelo processo de ser interrogada a respeito de suas finanças; de sua índole; de seu temperamento; de seu caráter; da sua disposição e a de seus familiares (isso transcorre por meio das entrevistas com a psicóloga e a assistente social até suceder, a tão aguardada, habilitação).

Não pretendo aqui demonstrar ou mesmo equiparar as capacidades maternais entre as duas em questão, pois quando se tem um filho no ventre pode haver enjoos, angústias, preocupações, ansiedades e desconfortos também.

Mas o tempo…Ah! O tempo! Difícil o desenrolar em 9 meses de espera. Está aí a maior prova o quanto se quer ter um filho. O tempo passa a ser mágico, pois se o fizer angustiante, ele não passará.

Esperamos por 3 anos. E não foi à toa, foi um presente. 
Pudemos identificar nosso bem querer, nossa maior prova de amor. 
O tempo nos dá isso, perceber o que queremos e ainda mais: o que somos.

Pedro completou 5 anos de vida. E em nossos caminhos vejo luz, muita luz! 
E com os olhos sempre encharcados de amor, a brilhar, a brilhar.

Obs.: Para aqueles que me seguem, peço desculpas por tanta demora em voltar a postar.

É que passo por um momento de amalgamação, em que se fundem essas mães que carrego…sinto a cada dia que passa Pedro em meu coração, em meu ventre, em minha alma, por isso, precisei desse tempo, não como uma idealização contesta de meu feito, mas sim, com a condição eterna desse puro amor.

Não. Não existe diferença quando se ama.

Continuarei escrevendo sobre o nosso caminho, a cada vez mais dentro de mim!

…E como nos disse (novamente), Pedro, no dia em que comemoramos 2 anos juntos, enquanto caminhávamos - com ele de mãos dadas entre nós - rumo a uma cachoeira: “Sou tão feliz! Escolhí vocês para ser meus pais!“












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