A Amamentação
Presenciei, diversas vezes, mãozinhas ligeiras de um bebê/criança remover parte da roupa de sua mãe a procurar pelo peito, pelo leite que ainda o nutre - ou mesmo que não mais -, na sua forma mais pura e inerente à vida. E dão-se diferentes reações: algumas mães ficam envergonhadas, outras dão risadas, mas, a maioria embala seu filho no colo promovendo esse encontro tão único e que leva tempo para que seja desfeito. É como se o universo, naquele momento, se resumisse à sucção.
Pedro por ter saído direto do hospital para o abrigo, não foi amamentado.
Como também, tê-lo conhecido quando completou 3 anos de idade, não me passou pela cabeça o ato de aleitar.
E jamais presumí que pudesse acontecer o mesmo comigo…
A primeira vez ocorreu no banheiro.
Havia terminado de dar banho nele, eu estava agachada enxugando-o e ele em pé, quando me perguntou se poderia tocar os meus seios. Respondí a ele que sim.
Ele revolveu a minha blusa, até encontrar meu peito e, assim, o tocou. Ao tatear, parecia descobrir novas sensações. Tinha um olhar explorador e, ao mesmo tempo, meigo, como se fosse saudoso de algo que nunca teve, mas sonhou em ter.
De repente, eu soltei um grito, pois ele apertou com força o meu mamilo: - Filho, assim dói!
Ele retirou a mão rapidamente e me perguntou: - Mãe, não sai leite?
Logo, eu respondí: - Não, filho, não sai. Mas, amaria ter te amamentado! Seria maravilhoso, porém, nos conhecemos quando você já era um menino e não mais um bebê e, ainda por cima, jogando um bolão!
Demos boas risadas! O enrolei na toalha e lá, sentada no tapete do banheiro com ele no meu colo, disse baixinho em seu ouvido que podíamos imaginar o meu leite invisível a banhar com amor todo o seu corpo.
Foi um momento de grande intimidade.
Não foi embaraçoso para mim e muito menos para ele.
Para nós, foi uma formosa vivência.
E a certeza que o que nos move vai muito além do peito.
Não foi embaraçoso para mim e muito menos para ele.
Para nós, foi uma formosa vivência.
E a certeza que o que nos move vai muito além do peito.
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