Pertencimento
Logo que Pedro iniciou as aulas de natação (ano passado), com seus 3 aninhos e recém-chegado em casa, passamos, ele e eu, agachados ou sentados, na borda da piscina.
Tentei, junto ao seu professor, persuadi-lo a encarar aquele imenso tanque de água com algumas brincadeiras, como “cachoeirinha” ou com carrinhos, e o que não poderia faltar: bolas! Mas, ele não quis entrar por nada!
No final da semana seguinte, em viagem à casa da avó, pela primeira vez - tanto para conhecê-la, como em sua casa -, entrou, sem hesitar, na piscina.
Ao retornar à aula de natação, entrou confiante na água e feliz contou a sua proeza ao professor.
A pedido de Pedro, convidei um amigo da escola para passar uma tarde em nossa casa. Ele ficou muito entusiasmado! Chegada a data, ele quis participar de toda a produção: pediu para que eu lesse as mensagens de confirmação da mãe do coleguinha (rsrs), arrumou seus brinquedos, o seu quarto, ajudou a preparar os sucos e, por um triz, a mergulhar o dedo no bolo quentinho de chocolate que saía do forno, mas, perdeu a chance ao ouvir tocar a campainha… saiu em disparada rumo ao portão. Tão ansioso que estava, gritava o nome do amigo ainda mesmo sem o ver.
Abri o portão. Ele entrou e Pedro o abraçou fortemente e, dessa forma, sem soltar o colega, pularam e giraram, numa alegria e gritaria que nunca vi.
Com um sorriso, repetia ao amigo: -“ Você veio na minha casa!”.
Pedro, ao ganhar uma avó, ficou tão contente que a piscina deixou de ser um empecilho. Ao receber seu melhor amiguinho em casa, foi como fincar a bandeira na Lua. Parece exagero, mas a sensação é bem essa: a de Pertencimento!
Tão feliz ficou
ao ganhar
uma avó, um avô
O que antes era
um obstáculo
é agora, um divisor
de águas límpidas
a nadar, mergulhar
em seu próprio lar
Comentários
Postar um comentário
Seus comentários são bem-vindos!