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E Você Chegou

E VOCÊ CHEGOU!

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Desde que o nosso filho Pedro chegou, tenho vontade de compartilhar o caminho que nos  levou - meu marido, Gustavo, e eu - até ele: pensamentos, aflições, certezas e incertezas, idas ao fórum, entrevistas, a espera e o melhor: o encontro!  O tempo corre rápido demais e já se passou mais de 1 ano. Um ano de tantas transformações que tentarei contar aqui.  Conversando com amigos, percebo que há muitas dúvidas sobre como dar início ao processo, como se preparar para uma gestação para lá de longa. A minha durou 3 anos, isso em processo. Não sei mensurar quanto tempo levou ao todo: desde tantas conversas, tratamentos, perdas e frustrações até realizar e escutar o coração que a missão está aí em nossas mãos! Quando isso aconteceu, foi como me descobrir grávida, de tanta alegria em saber que estava disposta a gerar um filho no meu coração. Transcrevo uma carta que escreví em um diário que serviu-me de companhia e terapia no momento de espera. Sem saber o que me esperava...

O Começo

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O provérbio “Quem Procura, Acha” transmite algo que não nos acalma. Sem uma busca, sem o encontro, a vida fica sem sentido. Não adianta o quanto lutamos para chegar lá, é preciso ir muito além, porque o alcance não significa a vitória.   Todos os dias temos incontáveis momentos que podemos em um segundo destruí-lo. Sejam com palavras mal ditas, sejam por não sabermos como lidar, ou mesmo, sem precisar o quão relevante aquele momento é para quem te ouve, te necessita. Nesse momento, quase ininterrupto de tanta aproximação com meu filho (não há escola, não há idas à pracinha/academia/clube e não há amigos para brincar), encontro-me com meus defeitos como uma sombra particular. Com tudo o que se passa, com a minha existência depauperada, ouço: “Mãe, como sou sortudo por ter você”.   Sinceramente, antes essa expressão me enchia de orgulho, mas, hoje, ela vai muito além. Acolá da minha imagem depreciada quando a paciência chegou ao meu limite.   Quando aos meus ouvidos t

Sem Palavras

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Uma pergunta pode ser relevante, desafiadora, a depender da circunstância comunicativa.   É na ação de transmitir uma mensagem e a de receber outra como resposta que partilhamos nossos conhecimentos, pensamentos, emoções e sentimentos. São muitos os momentos que nos sobram coragem para responder e tantos outros que nos faltam palavras, e o ar também. Os momentos são irrecuperáveis, sejam eles de sofrimento ou de alegria, ao nos arrebatar cada vez que se recorda, tornando-os inesquecíveis. No ano passado, próximo à virada de ano, um grande amigo lançou uma pergunta para todos os que estavam sentados à mesa, incluindo as crianças: “O que foi mais importante para você neste ano?”   Ouvimos diferentes respostas, desde uma viagem realizada, conquistas profissionais, mudança de emprego/casa/escola, ter tirado boas notas,… Ao chegar a vez de Pedro responder, ele apenas apontou para nós, meu marido e eu.   Ficamos sem ar. Um momento inesquecível que hoje a r

Quem

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A criança, entre os 3 e 4 anos de idade, passa por um período onde se desperta o interesse para entender como as coisas funcionam e não foi diferente quando conhecemos Pedro, que tinha acabado de completar 3 anos, e os “porquês” quase se igualavam aos chamados de “mamãe”. Hoje, Pedro, com 6 anos, as indagações passaram a ser mais intuitivas e aplicadas a realidades diversas e precisas, ou como estas ao fazer sua lição de casa: - Mãe, quem escolheu meu nome? Foi no abrigo? Nesta atividade, o aluno deveria perguntar aos seus familiares como fora escolhido o seu nome (uma homenagem a alguém, de cunho religioso,…). Respondi que foi a sua mãe biológica/genitora quem escolheu, no hospital, e quando ele chegou no abrigo já tinha esse lindo nome. Pedro me disse que “genitora” os amiguinhos não entenderiam, e escreveu: “Meu nome foi escolhido pela minha mãe biológica”. Ao ler o seu trabalho para a classe, um coleguinha perguntou: - Você é adotado? Pedro, disse “Sim!” Ao ouvir

A Prova

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Faz tempo que não nos “falamos” por aqui e peço desculpas.   O tempo corre ligeiro e a cada instante tantas coisas acontecem. Obviamente, gostaríamos que somente os bons episódios fizessem parte mas passamos por provações dia a dia e seus imprevistos. E não é que eu tive que provar - por isso somente agora escrevo, o que me tomou demasiado tempo e energia - que Pedro é nosso filho? Sim! Passei por isso quando descobri que em um de seus documentos havia um erro, deixando ativos documentos que deveriam ter sido anulados quando o juiz proferiu a nova certidão de nascimento como nosso filho com seus devidos e novos atestados.   O erro se deu ao buscar seus documentos, 3 anos atrás (ele em meu colo e, eu, 6 meses como mãe), por eu não ter verificado os dados, tão emotiva e realizada estava. Passei dias indo em várias jurisdições que, em muitas vezes, duvidaram de mim como se os registros que carregava fossem ilegítimos. E bastou um olhar duvidoso, o qual, tão insignificante

O Tempo e as Mães

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Me senti honrada em participar da edição Especial do Dia das Mães (no Instagram) da Revista Pais & Filhos. Com carinho, compartilho. https://www.instagram.com/p/BxS91kZF5kA/

A Linha do Tempo

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A vida como uma eterna evolução e adaptação a cada sol que nasce, me pega de surpresa os novos episódios com Pedro, hoje, aos 6 anos de idade, dizendo que gostaria de ter nascido na minha barriga.   É natural e esperado ele necessitar ter mais proximidade, digamos “uterina”, comigo. E para não o deixar confuso ao dizer que ele “nasceu no meu coração”, aproveito a sua curiosidade e, também, o seu entusiasmo ao fazer as lições de casa, falando objetivamente e claramente sobre nós. Como em uma pesquisa que necessitou da ajuda dos familiares do aluno sobre a “Linha do Tempo”, que consistia em descrever desde o ano de seu nascimento até o atual, contando o que houve de especial em cada ano e com uma foto para ilustrar cada acontecimento. Minha primeira reação foi a “pré-ocupação”: como ele reagiria por conta desta exposição?   Presumindo que os alunos levariam fotos com os pais ao redor do filho recém-nascido na maternidade, das festas com a família reunida desde o 1o ano d

Progressão

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Em 7 de Novembro de 2017, postei um texto nesta página (“E Aí Cheguei”) - intitulado “O Progresso” -, sobre os avanços na tecnologia da informação para agilizar os processos de adoção de crianças e adolescentes no Brasil.   Na data de hoje, os dados informados pelo Cadastro Nacional de Adoção desde quando foi lançado em 2008 - pelo Conselho Nacional de Justiça -, favoreceu a formação de mais de 12.000 famílias, e no ano passado (em 2018), foram adotadas 2.184 crianças/adolescentes. Um progresso! Mesmo com a evidente evolução tecnológica e importantes iniciativas para a redução do prazo para tramitação do processo de habilitação, a importância deve ser dada à mínima permanência das crianças e adolescentes que se encontram acolhidas em abrigos. Contanto que os pretendentes à adoção (pais e família extensa), estejam preparados/aptos para constituírem uma família sem a possibilidade de rejeição/devolução, evitando assim, maiores danos emocionais para estes que sofrem com o

Hoje

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Comemoramos datas específicas, desde diferentes aniversários (nascimento, namoro, bodas,…) e nos feriados relembramos conquistas, lutas e acontecimentos importantes. Hoje (13 de fevereiro), é um dia marcante em nossa vida, aconteceu uma grande vitória: buscamos Pedro no abrigo para morar em nossa casa! Três anos se passaram e lembro-me de que estávamos aflitos no dia de buscá-lo a caminho da instituição, pois não sabíamos qual seria a reação de Pedro. Aproveitei para ligar para uma prima muito querida (que hoje aniversaria) e tão emocionada lhe disse, em sua data tão especial, eu que estou recebendo o melhor presente! Entramos diferentes em nossa casa do que quando saímos para buscá-lo…Ele, a pisar pela primeira vez em seu novo e definitivo lar, a explorar cada canto e, nós, maravilhados/encantados ao ponto de não sentir o chão. Com os olhos marejados mostramos cada cômodo com tanto amor em meio a euforia que este dia, inesquecível, nos trouxe a nossa maior alegr

Caminhos

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Final de ano com celebrações e em meio a tantos acontecimentos, nos faz parar para pensar e rever nossas formas de agir, colocando sobre a balança os registros de nossas impressões habituais e corriqueiras, sem medir o peso se certas ou equivocadas, mas, com a clareza quais caminhos precisamos evoluir. Há alguns anos, meu marido e eu, participamos de uma festa natalina para crianças carentes e, desde o Natal de 2016, Pedro nos acompanha. Neste último Natal (2018), o levei à essa comemoração mas em outra instituição e, como ocorreu em um dia da semana, as crianças estavam desacompanhadas de suas famílias. Logo que chegamos, Pedro me ajudou a descarregar o carro com guloseimas que levávamos para a comemoração e ao se deparar com tantas crianças que aguardavam pelo Papai Noel e seus presentes, ele entrou em pânico. Passou a me pedir colo e não desgrudou de mim por um segundo. Supus que a ausência dos pais destas crianças, fez com que Pedro pensasse estar em um abrigo. E naque

Intenções

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Há emoções que controlamos ou não. Aquela lágrima que escorre, aquele arrepio na pele, um soluço interno, um sentimento reprimido, um choro interrompido, uma sensação que não se quer expor. Não importa se racional ou emocional, todos sentimos. Li um relato de um filho por adoção (hoje, um adulto), o qual me chamou a atenção, que ele ainda criança estava a brincar com seus primos e ao aprontarem alguma “arte”, a avó surgiu, repreendendo a todos, menos a ele.   Ficou triste por não ter tido o mesmo tratamento que seus primos. E naquela ocasião, não se sentiu parte da família.   Me fez pensar nas palavras e gestos manifestados com uma intenção amorosa e, também, envoltos em preconceitos ocultos. Muitas vezes tão enraizado, que passa despercebido. Quando estive em tratamentos para engravidar e ao não obter sucesso, ouvi que poderia “fazer” de outra forma - quando eu suscitei a opção pela adoção -, como gerar um filho em uma barriga de aluguel. Não sou con

Melhor

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Quando eu estava na fila da adoção, ao ver uma criança - na rua ou mesmo ao folhear uma revista - tentava imaginar como seria o(a) meu/minha filho(a).   E diante do perfil escolhido, em um leque tão aberto, eu deixava minha mente operar da forma e cor que tencionasse.   Sabia que, na verdade, a constituição física não importava.   Elaborava como me comportaria como mãe, como se daria a educação e a nossa aproximação.   Hoje, há 2 anos e 7 meses sendo mãe, o que idealizei durante a espera foi bom para compor meu instinto maternal. A segurança passa a ser a base para o fortalecimento do amor, do vínculo e da construção de uma família. O respeito acontece quando os meus sonhos não se sobrepõem aos dele.   Não adoto o lema “Você tem que ser mais que eu”, prefiro dizer “Faça o seu melhor”.   Acredito que dessa forma não implico uma certa competição - quase desumana para uma criança/adolescente já imaginando que terá que colher mais frutos que seus pais

A Alçar Voo

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Pedro alçando voo na capa da edição de Setembro da revista Pais & Filhos. Com alegria e muita honra, partilhamos nossa história do 💚! Muito grata a todos desta equipe tão especial que nos retrataram com muito esmero! 💕 https://www.facebook.com/eaicheguei/

Realizar

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A cada momento fazemos escolhas nos arriscando ao permitir que a nossa intuição esteja no caminho correto e, seja lá qual for, necessitamos eleger.   Precisamos estar com os corações abertos, quando, por exemplo, ele dispara ao encontrar um grande amor… As pernas tremem, a boca seca, as mãos transpiram em um suor frio que não conseguimos conter. E a pessoa desejada não sai um minuto sequer do pensamento. Este ser, eleito, passamos a amar e ao nosso corpo e mente a primar. Se realiza sem correspondência com a nossa herança genética.   Nem mesmo percebemos que estamos a adotar. Adotamos o(a) nosso(a) companheiro(a)/marido/esposa que fará parte de nossas vidas. É diante da construção deste vínculo afetivo que passamos a lidar com as nossas diferenças e só o amor suavizará os momentos imprevisíveis e de embaraços que permeiam o amadurecimento de um relacionamento amoroso. E não se difere do filho por adoção, onde não há a precedência de laços consanguíneos.   Esc

Que Alegria ver a nossa história contada na "Pais & Filhos"

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Que alegria participar do projeto Lá Em Casa é Assim!  E ainda mais feliz em ver a nossa história contada na “Pais & Filhos”... Pais&Filhos NAVEGUE POR TÓPICOS TV     COLUNISTAS     ENGRAVIDAR     GRAVIDEZ     RECÉM-NASCIDO     BEBÊS     CRIANÇAS     PAIS     FAMÍLIA     + PAIS&FILHOS     ESPECIAIS Adoção, aprendizado e amor: “Quando desejamos de verdade, não tem hora, sangue ou idade” RAQUEL E GUSTAVO ENCONTRARAM NA ADOÇÃO A REALIZAÇÃO DO SONHO DE SEREM PAIS. PEDRO CHEGOU PARA COMPLETAR A FAMÍLIA, DAR AMOR E SER AMADO. JENNIFER DETLINGER , FILHA DE LUCILA E PAULO 10.06.2018 COMPARTILHE  0      0      0       (Foto: Arquivo pessoal) A Raquel Gomes Badue, mãe de Pedro, participou do projeto  Lá em Casa é Assim  – parceria da Pais&Filhos com a Natura Mamãe e Bebê – e mandou pra gente a história de sua família e sua experiência com a maternidade. Após passarem três longos anos na fila de  adoção

A Verdade

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Poderia ter percorrido, nos momentos de quase desespero quando supus estar “esquecida” pela Vara da Infância e da Juventude - por não receber nenhuma ligação (após estar habilitada para adoção) -, outros caminhos…aqueles obscuros perante à lei.   Pois, pessoas queridas, vendo a minha busca pela realização de ser mãe, tratavam, de alguma forma, querer me ajudar apontando alternativas de burlar o sistema.   Recebi telefonemas com indicações de crianças que estavam para nascer onde suas mães não a desejavam ou não tinham condições de criá-la.   E isso mexeu demais comigo!   De fato, poderia ter feito assim: bastava pegar a estrada, apanhar o bebê recém-nascido, correr a um cartório e mentir! Falo dessa forma pois conheço pessoas que poderiam me ajudar…acho! Nunca tive a coragem de perguntar, mas, imaginava que poderiam me salvar. Sabia que se o fizesse, passaria o resto da minha vida em uma grande mentira: como poderia contar ao meu filho a sua chegada? Como faria par

Mães

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Para algumas, a bolsa estoura.   Para outras, o telefone toca. A avisar. Em cada uma, um jeito.   Para algumas, em até 40 semanas.   Para outras, meses e até anos.   A esperar. Em cada uma, um jeito. Para algumas, os olhares se cruzam no primeiro instante. Para outras, o instante se dá no primeiro olhar. A apreciar. Em cada uma, um jeito. Para algumas, ao encontrar   levam logo ao peito. Para outras, o encontro se dá por outros meios. A realizar. Em cada uma, um jeito.   Para algumas, a concepção.   Para outras, a adoção. Pode estar no ventre, na mente   No coração. Cada qual com a sua história.   E com todo respeito: Ser Mãe é Amar, não há outro jeito. Talvez, por isso, dizem que são todas iguais, só muda o endereço. A todas as mães, de todos os jeitos e lugares:                 Felizes Dias, Meses, Anos! Raquel G. Badue   https://www.facebook.com/eaicheguei

O Vínculo

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No primeiro ano com Pedro em nossas vidas, ele falava do abrigo* relembrando os amigos e sua tia social, com quem conviveu por 3 anos, relatando acontecimentos com espontaneidade e carinho.   Aproveitava-me de suas lembranças e perguntava a ele se desejaria fazer uma visita. A resposta era sempre a mesma e com o olhar acanhado, nos dizia: “Podemos ir, mas vou só se puder ficar no seu colo. Promete?”   Diante dessa resposta, notávamos que ele não estava preparado para ir, mesmo se sentindo saudoso.   O que passou a nos deixar sobressaltados, foi o que mostrávamos ou oferecíamos ao Pedro, ele atestava conhecer, como: “já estive aqui (e citava o nome de sua cuidadora social), ela me trouxe quando eu tinha 1 aninho”. Ou: “Já comi esse prato antes de vcs me conhecerem". Quando isso acontecia, perguntávamos se ele havia gostado daquele local ou daquela refeição, jamais reprovando suas fantasias. Dissemos a ele, em alguns casos - e sendo verdade -, que era n

Dentro de Mim

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Quando tivemos a certeza de que iríamos nos cadastrar para a adoção, passei a ter algumas inquietações diferentes daquelas anteriores quando me encontrava em tratamentos para engravidar. Pois antes, com tantos hormônios em meu corpo - e algumas vezes grávida -, meus pensamentos divagavam desde se se pareceria mais com o meu marido ou comigo, se teria uma boa saúde, se menino ou menina, até aos medos e temores da hora do parto (o qual prevalecia-se de cuidados, no meu caso). Após perdas e frustrações, tive a certeza que meu caminho era o de ser mãe por adoção. Não foi difícil pensar, pois veio como um sopro em meus ouvidos, como um raio em meu coração. Tinha a certeza de querer um filho mas as incertezas pertinentes à burocracia, ao tempo que levaria todo o processo, as entrevistas, em como me preparar para lidar com o emocional sabendo que a bagagem das crianças e jovens que vivem em abrigos vem recheadas de medos, angústias, rejeições e a ansiedade - desde muito pequenos - de q

Você!

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          (Fotografado por Louise Chin) Você Tantas tentativas Em vão Não!   Nada é em vão Tentei E tantas vezes, sonhei Inúmeras outras, me surpreendi Com possibilidades do porvir Demorei Ou não. O tempo não conta a demora Tampouco a espera Entendi   Que para encontrar   Você Bastou lembrar que desde   O início O que mais desejei Foi: Você! Quando a gente deseja   De verdade Não tem tempo Não tem hora Não tem sangue Não tem idade Tem: Você! Desejo à você A Eternidade A Alegria   O Amor   A Sabedoria A Humildade Você   Faz parte dos meus sonhos E da realidade Você   Me acordou Me ensinou Que o tempo É precioso Justamente por não contar As mínimas coisas… ficam pequenas demais! O que faz A vida ser plena É a simplicidade Os Encontros Você! Obrigada, filho! Obrigada a você - que aqui me lê -, pela gentileza de ler meus pequenos relatos e por me fortalecer com suas